quinta-feira, 12 de julho de 2012

Nova mineradora

Com investimento de 1,04 bilhão de reais, a B&A Mineração terá foco no Brasil, América Latina e África

O BTG Pactual confirmou na manhã desta quinta-feira, por meio de fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a associação de sua subsidiária BTG Investments com a AGN Agroindustrial, Projetos e Participações, controlada pelo empresário e ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, para explorar minérios.

Para realizar a atividade em conjunto, foi criada uma nova empresa chamada  B&A Mineração, por meio da qual tratarão de oportunidades de investimento no setor de mineração, com foco no Brasil, América Latina e África.

De acordo com o comunicado, a associação envolve uma intenção de investimento no valor correspondente, em reais, a até 520 milhões de dólares, para custear seu plano de negócios, desenvolvimento e expansão orgânica e por aquisições.

Agnelli, que será o presidente de conselho da joint venture batizada de B&A Mineração, disse em entrevista à imprensa nesta quinta-feira que a sua empresa terá exclusividade com o BTG Pactual em projetos de mineração. Ou seja, todos os projetos de mineração da AGN serão tocados juntamente com o BTG. Agnelli disse que a B&A, empresa fruto da fusão entre as duas empresas, já identificou oportunidades de investimentos.

"As commodities estão em processo de calmaria, mas o ciclo é de longo prazo. Os olhos estão no longo prazo. É um período para aproveitar as oportunidades", disse. Os investimentos estarão mais concentrados no Brasil e África. Segundo Carlos Fonseca, do BTG, a empresa já nasce com projetos acontecendo. Já o CEO, Eduardo Ledsham, disse que a nova companhia está aberta a "qualquer modelo de negócios".

A associação permite ao BTG Pactual entrar no setor de mineração após ter se envolvido nos últimos três anos em projetos que em sua maioria eram relacionados ao crescente setor de bens de consumo do Brasil. A unidade de participações do BTG Pactual vai representar os interesses do banco na B&A.

"Acreditamos no enorme potencial de riqueza de recursos naturais que a América Latina tem", declarou Agnelli no comunicado conjunto. "Vamos tentar desenvolver atividades inovadoras e ambientalmente sustentáveis", acrescentou.

De acordo com Ledsham, a empresa também está interessada em operar em projetos de titânio. O executivo destacou que há janelas de oportunidades e no momento a B&A está "escaneando" negócios. Em um primeiro momento, a nova empresa vai buscar projetos de pequeno e médio porte. "Estamos abertos para conversar sobre parcerias", disse.

A expectativa é de que os primeiros projetos da B&A entrem em operação no prazo de três a cinco anos. Segundo Ledsham, os olhares da nova empresa estão voltados para ativos disponíveis na África, onde há disponibilidades de ativos com custos melhores. Na região, o executivo destacou que os desafios envolvem logística, deficitária no local. "Parcerias em mineração e logística são fundamentais", disse Ledsham. Segundo Agnelli, a "África não é futuro, é presente".

A B&A já possui parceria firmada com a empresa Rio Verde, que atua na área de fertilizantes no Brasil e a fabricante de cobre chilena Cuprum, que deverá operar a partir de 2014. Apesar de grande parte do aporte inicial da companhia ser do BTG, o controle da empresa será 50% do BTG e 50% da AGN.

Carlos Fonseca, sócio do BTG Pactual destacou que este momento de crise é interessante para buscar investimentos. "O capital para investimento está relativamente restrito", disse ele, destacando que a B&A Mineração nasce com o objetivo de investir 1,04 bilhão de reais.

O banco com sede em São Paulo assessorou mineradoras durante anos em operações de compra e mercados de capital no Brasil e no exterior.

| Veja e Reuters | 12/7/2012 |
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/btg-se-associa-com-roger-agnelli-para-criar-a-b-a-mineracao
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE86B04G20120712

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