terça-feira, 18 de outubro de 2011

Falta de pessoal é sério gargalo

| Cezar Oliveira | Publicada em 05 de outubro de 2011 pelo Brasil Econômico |

A contar do vestibular, um engenheiro leva cinco anos para ser diplomado.

O país forma hoje 32 mil a cada ano. O ideal seria pelo menos 60 mil, pouco menos do que o dobro, na avaliação de Carlos Martins, da Ernst & Young Terco.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) chega a prever que 150 mil engenheiros deixarão de ser contratados até 2012. Demanda não falta. O desafio é aumentar a oferta, num quadro em que a evasão nos cursos chega a 70%.

O Programa de Mobilização da Indústria Petrolífera (Prominp) treinou mais de 78 mil profissionais em cinco anos.

Coordenador-executivo do programa, Guilber Souza explica que a demanda adicional, calculada com base nos planos de investimento da Petrobras e das operadoras privadas, chega a 212 mil, meta do programa para os próximos ciclos.

Diretor do Sinaval, o sindicato dos estaleiros, Sergio Leal mostra-se preocupado com a urgência da formação de pessoal.

"Formar recursos humanos é nosso maior desafio no momento.

Serão 115 mil trabalhadores a mais até o fim do ano que vem, só com os projetos já iniciados.

Algumas áreas se mostram particularmente críticas, como o Nordeste", adverte.

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) teve que fornecer reforço escolar e módulos de treinamento com Senai e Prominp nas próprias instalações.

Agora será a vez do EISA Alagoas passar pelo mesmo teste. "Até no Estado do Rio, pólo mais tradicional de indústria naval, estamos negociando a vinda de instrutores estrangeiros e o aporte de recursos de fabricantes e navipeças para reeditar os colégios metalúrgicos, comuns nas décadas de 50 e 60.

Os sindicatos do Rio, Angra e Niterói já foram contados. Para formar riscadores, cortadores, soldadores e caldeireiros, não se tem instalações nem instrutores suficientes", afirma.

Soluções d'além-mar

O Sinaval está em negociações com a Associação da Indústria Naval de Portugal, em que o problema é oposto, a ociosidade de profissionais qualificados.

Programas de treinamento em que os brasileiros aprendem com técnicos e engenheiros mais experientes, com contratos de prazo determinado e metas de transferência de know-how, são uma das possibilidades em estudo.

Dirigente da Petra Executive Search, Adriano Bravo levou ao Congresso do pré-Sal dados que ilustram o aquecimento da procura por profissionais qualificados e a busca de saídas para o impasse.

Vagas de marítimos ficam até quatro meses e meio sem serem preenchidas, algo dramático num contexto em que as sondas de perfuração estão com o aluguem até 70% mais caro em reais do que há um ano.

Na engenharia, as empresas da cadeia de fornecedores do setor de óleo e gás, o mais aquecido da indústria, esperamem média três meses.

"Pode ir a mais tempo, quando se leva em conta que um terço das contratações fracassa por conflito entre a remuneração oferecida e a senioridade exigida para o posto", diz Bravo.

Fonte: Brasil Econômico, via:
http://www.maquina.inf.br/maquinaNet/techEngine?sid=MaquinaNet&command=noticiaClippingSite&action=visualizar&idNoticia=1317814976375&idCliente=5208888334054

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